Caminho para lugar nenhum

 
Quantas vezes subimos a escada
e chegamos a lugar nenhum.
Posted on 20:39 by Emília and filed under , , , | 32 Comments »

Ilheu

Que manto este que nos faz ilhéus...
que nos impede de alcançar o céu.

ilha do Pico, Açores, Portugal
Fotografia de Rui Silva

Posted on 00:23 by Emília and filed under , , | 23 Comments »

Falando do sonho

Vaidade 

Sonho que sou a Poetisa eleita,
Aquela que diz tudo e tudo sabe,
Que tem a inspiração pura e perfeita,
Que reúne num verso a imensidade!

Sonho que um verso meu tem claridade
Para encher o mundo! E que deleita
Mesmo aqueles que morrem de saudade!
Mesmo os de alma profunda e insatisfeita!

Sonho que sou Alguém cá neste mundo...
Aquela de saber vasto e profundo,
Aos pés de quem a Terra anda curvada!

E quando mais no céu eu vou sonhando,
E quando mais no alto ando voando,
Acordo do meu sonho... E não sou nada!..


Florbela Espanca
Posted on 10:29 by Emília and filed under , , | 27 Comments »

Confissões


Sei coisas que vocês não sabem...
Sabem coisas que eu não sei ou já esqueci...
Caminharemos juntos aprendendo a vida.

Vasco (2003)


 Vasco & Leonor (2003) 



Posted on 17:43 by Emília and filed under , , | 12 Comments »

Outros poetas, outros poemas

Pouco me importa.
Pouco me importa o quê? Não sei: pouco me importa.

Alberto Caeiro, 24-10-1917



Eu não tenho filosofia; tenho sentidos...

Alberto Caeiro, em "O guardador de rebanhos", 8-3-1914
Posted on 21:07 by Emília and filed under , , , | 10 Comments »

Entardecer

Quando chega o entardecer qualquer coisa de mágico acontece em mim.
São os reencontros... 
São os silêncios que repousam...

Posted on 22:00 by Emília and filed under , , , | 9 Comments »

Apontamento(s)

Deixo alguns versos de Florbela Espanca, para deliciar quem a não conhece.

 Languidez

Fecho as pálpebras roxas, quase pretas,
Que poisam sobre duas violetas,
Asas leves cansadas de voar...

A minha boca tem uns beijos mudos,
E as minhas mãos, uns pálidos veludos,
Traçam gestos de sonho pelo ar...

Os Meus Versos 

Rasga esses versos que eu te fiz, amor!
Deita-os ao nada, ao pó, ao esquecimento,
Que a cinza os cubra, que os arraste o vento,
Que a tempestade os leve aonde for!

Rasga-os na mente, se os souberes de cor,
Que volte ao nada o nada de um momento!
Julguei-me grande pelo sentimento,
E pelo orgulho ainda sou maior!...

Tanto verso já disse o que eu sonhei!
Tantos penaram já o que eu penei!
Asas que passam, todo o mundo as sente...

Rasgas os meus versos... Pobre endoidecida!
Como se um grande amor cá nesta vida
Não fosse o mesmo amor de toda a gente!...


Florbela Espanca, in "A Mensageira das Violetas"
Posted on 20:38 by Emília and filed under , | 10 Comments »

voo silencioso

"Vais voar... Na tua vida terá muitos motivos para ser feliz, um deles chama-se água, outro chama-se vento, outro chama-se sol e chega sempre como recompensa depois da chuva. Sente a chuva. Abre as asas..."
"- Suponho que agora te incomoda a minha companhia!" (Luís Sepúlveda in História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar)
 Os silêncios falam por ti.
Posted on 15:59 by Emília and filed under , , , , , | 6 Comments »

Escrever como quem pensa

Escrevemos para pensar ou pensamos para escrever?
Não sei.
Sei apenas que escrever liberta o pensamento que ganha movimento e segue o seu caminho, por um fio... por um traço...
Posted on 20:55 by Emília and filed under , , , | 3 Comments »